terça-feira, 20 de outubro de 2009

First one

Tudo era mais fácil antes dele entrar no meu mundo.
Era mais fácil pensar quando ele ainda não pertencia à minha vida.
Depois, eu que era tão livre como o mais alto dos pássaros, fiquei presa ao seu sorriso, sem o qual já não podia viver.
Era muito mais fácil viver. Era mais fácil pensar, pensar que compreendia aquilo que lia.
Ler poemas cujas formas de deixavam extasiada. Ler poemas cujas ondas, rimas, versos, música me levavam até alguém que eu imaginava.
Esse alguém era ele, só que não sabia que o verdadeiro seria tão igual ao imaginado, mas que o amor seria tão diferente.
Ele era a minha outra parte, era apenas através dele que eu seria feliz.
Mas fui tão infeliz...



A música ganhou uma nova melodia, tão mais alta1 Os tambores do meu coração começaram a bater tão mais depressa! mais depressa! mais depressa1 E mais depressa ainda quando ele se aproximava.
E tudo mudou... os poemas cujas formas me fascinavam começaram a ser entendidos. A forma ganhou cor, ganhou sentido, a ideia mudou, o sofrimento deixou de ser apenas lido, começou a ser sentido.
Agora espero que o vento me leve esta angústia, como leva as folhas das árvores no Outono, como forma as tempestades no deserto e como vira as folhas de um livro de poesia. Poesia que antes não era compreendida e que agora pode ser sentida.
Mas assim é a vida..
E antes viver cheia desta angústia e saudade que já foi amor e alegria, que morrer vazia apenas com as formas de um poema cantado.
E quem sabe se outro amor virá?! Será que vem?! Deve vir. E depois será que se volta a transformar nesta angústia? Se assim for não vale a pena. Ou será que vale? Talvez não...
Mas se vier também não poderei fazer nada. por mais forma que queiramos pôr ao amor, ele acabará sempre por sem sentido.

Agora escrevo...

Quem sabe se a dor não fica no papel?!
Se assim for, quem sabe se outros não sentirão o que eu sinto?
Ou só apreciarão a forma?
Se já amaram, sentem...

Nenhum comentário:

Postar um comentário