Sabes uma coisa?
Mereço mais, mereço melhor, e vou ter tudo o que mereço.
Vou tentar não esquecer as coisas boas, mas quando penso em
ti, só me vêm à cabeça as coisas más, que foram poucas, mas recentes, duras e
que vão deixar uma cicatriz que não vai sarar.
Foste, até um dia, a melhor coisa da minha vida, mas
conseguiste transformar-te na maior desilusão, principalmente porque eu
esperava mais de ti, de quem eras, de quem eu julgava conhecer.
E não passaste de um fraco.
Apesar de te achares um herói.
E rio-me dessa afirmação!
A quantidade de pessoas que decepcionaste!
Desiludiste as pessoas mais importantes da tua vida, as que
te amam mais, as únicas que, um dia, depois de tudo cair abaixo, quando ninguém
te estender a mão, se vão colocar ao teu lado e amparar-te.
Porquê? Por algo que achas que é ser verdadeiro para ti próprio?
Algo que, quando olhares melhor, vês que não passou de um daqueles impulsos
obscuros que só estão lá para provarmos a nós mesmos que nos conseguimos
dominar e que somos donos da nossa integridade e dos nossos anseios?
Achas que és único na tua demanda?
Rio-me da tua ilusão.
E sofro por ti.
Não como aquilo que era, porque isso não pode voltar nesta
vida que conhecemos.
O que era, tu destruíste, e não há maneira de voltar a
construir.
Mas sofro como amiga, como alguém que irá gostar sempre de
ti.
E sabes que não sou de meias medidas quando uso palavras
como “sempre”, ou “nunca”, ou “prometo”, ou “juro”, ou “amo-te”.
Se não forem verdadeiras no meu coração, não as ouves da
minha boca.
Por isso agora não as digo.
Uma delas não te direi mais. Reparaste que não usei o “nunca”?
É porque também não sei o que o Futuro, ou o Presente, como gostas de pôr as
coisas, traz.
Mas por agora, não.
E digo-te com toda a sinceridade, prefiro guardá-las para
dizer, um dia, bem pertinho dos lábios, bem apertado contra mim, a alguém que
realmente as mereça.